terça-feira, 23 de novembro de 2010

O "JOGO DA CULPA"


O “ser humano” é o “bicho” mais estranho que existe quando se trata de interacção com outros seres iguais, pois só o facto de ter sentimentos, já pode significar o princípio de muitos males. Muita gente cresce com um certo rótulo de “santo” (pessoa doce que não faz mal sequer à uma mosca) e acaba querendo transportar isso para o resto da vida, somando para o seu currículo, vezes inúmeras sem cometer erros notáveis e puníveis. Quando chega o campo da relação entre duas pessoas, infelizmente, quase sempre o cenário é o mesmo. Não é que as pessoas tenham tamanha arrogância de admitir que não erram, mas esse sentimento é quase involuntário e fica já implantado na mente, de maneira que quando algo não vai bem na relação, se esta mesma pessoa não for orgulhosa o suficiente, poderá ver a verdade sobre o que se passa realmente, caso contrário, será o mais novo jogador do “jogo da culpa”.

Às vezes, estamos num relacionamento e de repente, por algum motivo, queremos mudar de ares – pode se dar ao caso de estarmos “cansados” do nosso parceiro, pode ser que tenhamos conhecido alguém que sentimos que estaria bem melhor connosco e que mexe connosco de maneira diferente, ou ainda pode-se dar ao caso de o relacionamento onde estamos não esteja a correr como previmos. Para tal, meio que inconscientemente aderimos ao Jogo da Culpa.

O Jogo da Culpa vicia os seus aderentes. Para se ser um bom jogador, é necessário aprender a culpar sem remorsos, portanto, ele cria no indivíduo um clima de insatisfação. A pessoa em causa, por incrível que pareça, passa a ver erros em tudo, passa a notar estranheza nos mínimos detalhes, passa a dar importância a coisas sem importância e que certamente não são saudáveis para a relação, procuram atribuir ao parceiro uma culpa que eles mesmo fabricaram e precisam usar para se sentirem mais aliviados, transformando tudo o que acontece, numa tempestade, agindo como se estivesse dando o seu máximo, culpando o parceiro e depois tomando a decisão de que "já não dá! Fiz de tudo o q podia. É melhor acabar/mudar!", deixando o outro pensar seriamente sobre a sua suposta incompetência.

Essas pessoas, muitas das vezes, não o fazem por mal. Fazem para se proteger, mas acaba por fazer mal ao parceiro, neste caso, que por sua vez, escolhe se aceita participar no Jogo da Culpa com as suas tácticas ou se manter como mera vítima acreditando que a culpa pode realmente ser sua.

Estas pessoas culpam os outros para estarem de consciência limpa e convictas de que a culpa não foi deles, e logo a seguir, correm atrás do que realmente são/querem, com alegação de ser a melhor coisa que se está a fazer. Acontece em relações, em empregos, em mudanças de lugar, etc.

E vocês o que acham? Já se viram nessa situação? Em que termos? (Como culpados ou “vítimas”?)