quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Miguel Santos em: Bible Session# 1

E mais um video. Obrigado mano Miguel Santos. Continuemos a partilhar e espalhar a mensagem. Grande abraco.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Modelos Semi-Pornograficas das Redes Sociais

Tentando perceber o ponto de ter o corpo semi-nu no facebook/instagram e depois de tudo reclamar quando os homens só as querem na vertente sexual. Eu sei que já se toca nessa tecla imensas vezes, mas não vejo sentido numa rapariga que namore, faca exibições quase pornográficas, numa rede não segura, onde qualquer um pode comentar, copiar a foto, fazer o que quiser... Ok, elas vão dizer que não se importam. Mas e porque que se importam quando alguém vos vem dizer que só quer relações ocasionais convosco?

Na maior parte das vezes o comportamento dos outros é fruto daquilo que transmitimos. Não esperes ouvir um sincero "eu te amo sinceramente" de uma stripper em serviço, principalmente logo depois de teres pago. Essa e' a vida.

A vida é vossa, o corpo é vosso, vocês fazem deles o que quiserem; mas os olhos também são meus e infelizmente não da para filtrar sem antes ver, toda a vez que vejo uma "modelo-quase-pornografica das redes sociais" a reclamar de falta de carácter por parte dos homens. Vocês nem dão tempo de ver o vosso carácter...

O mundo as vezes nem é tão complicado assim. Não esperes semear tomates e colher manga. Tão relativo assim. Se continuares a ser a exibida dos rabos na camera e quase nenhuma roupa, a sociedade saberá te tratar como mereces. Estereotipo não é tão racional assim, e é viral.

Claudio Kiala


Creditos a imagem de: www.layoutsparks.com

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Relacionamento é BILATERAL



Por vezes, o maior erro que cometemos é tentar "controlar" e "moldar" o relacionamento.
 Não quero com isso dizer que nos devemos submeter à tudo. Refiro-me simplesmente que às vezes queremos controlar um relacionamento (seja como for) e acabamos por esperar algo maior do que nos pode ser dado.

 Existem fases da vida, existem estados de espírito em diversas alturas da vida e temos de perceber que os nossos parceiros também passam por isso e nem todos sabem reagir da mesma forma.
 Cobrar que as coisas "já não estão como no princípio" nem sempre (ou quase nunca) resolve problemas. É só mais uma ilusão do ego para ganhar uma discussão por sentir que nos preocupamos.
 Se ele não dá atenção, conversa, procura entender os factores que o levam a agir assim e ponha em mente que nem sempre se vão abrir como desejamos, ou dar pistas que nos vão ajudar a resolver os problemas.

 Relacionamento é BILATERAL. Se ele(a) não ligar, ligue. (Nao reclame). Se ele entrar no chat e não te cumprimentar, (se realmente gostares) vai lá ter, pois existem muitos factores que o stress não deixa ver.

 Por outra... Ser precoce não é ser maduro. Já não ser virgem aos 17 e já ter passado por 3 relacionamentos, ir ao Eden não fazem de ti MADURO.
 OBS: Relacionamentos sérios são para maduros de espírito...

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Mulheres (des)valorizadas

Entristeço-me quando vejo mulheres serem "usadas"como "instrumentos sexuais" nos mais diversos sectores, irrito-me quando elas se submetem à isso e depois vêm com a típica conversa do "homem é tudo igual", "homens são bandidos" e enfim, vocês devem conhecer mais frases que eu. E nem falo soó da parte "relacionamento".
Festas em que "Mulheres não pagam até as X horas", ou "Mulheres têm bar aberto até às X horas" NÃO SÃO APENAS UMA QUESTÃO DE CAVALHEIRISMO OU RESPEITO ÀS MULHERES, mas sim uma maneira divertida e comum de usar a aderência em massa de mulheres para atrair HOMENS. Que homem iria numa discoteca só de homens em plena sexta-feira à noite?
As mulheres precisam perceber que elas estão no poder (ou pelo menos que têm mais poder do que elas pensam) Vocês não precisam reclamar e esperar que um homem vos dê direitos iguais, afinal, nós nunca pedimos para ser os dominantes durante anos, certo? Simplesmente assumimos a posição. Então façam isso. O segredo do vosso triunfo está em uma expressão: VALORIZA-TE!
Vá lá, eu sei que vocês têm muito mais que isso. "Façam-se respeitar em atitudes e acções", e conquistem o vosso respeito sem precisar pedir. Ele é vosso de direito.

Claudio Kiala

Aos Profissionais do sec XXI (O Desabafo)

Eu detesto artistas egoístas/arrogantes do século XXI. Tenho nojo à alguns "profissionais" dos dias de hoje, que se julgam donos de suas profissões e reis de suas artes.
Pessoas há, que quando atingem um certo nível de proficiência, iniciam uma campanha egoísta e arrogante de soberania. Se for fotógrafo, vai achar que mais ninguém pode ser fotógrafo, se for músico, vai achar que só ele tem a mestria e o poder de professar palavras em frente a um microfone sob uma batida de ritmos melódicos, se for designer vai achar que o curso de photoshop dele lhe faz mais superior que qualquer outro auto-didacta.

Enquanto vocês lutam para proteger uma profissão que sob a qual é um desperdício clamar exclusividade, existem pessoas a se desenvolver e a crescer na vida. Vocês bloqueiam o vosso próprio crescimento quando ao invés de ajudarem alguém que quer aprender, os bloqueiam por quererem ser os únicos.


Não é à toa que existem microfones cada vez mais baratos, máquinas com nível de aquisição cada vez mais 'mediático', e por aí em diante.


Antes de vocês serem os artistas que são, os fundadores das vossas artes começaram em processos complicadíssimos que vos faria desistir de serem artistas. Maior parte de vocês também encontrou a papa feita (tecnologicamente falando) pois duvido que alguém tirou fotos com uma máquina que usa o daguerreótipo ou cantar com o microfone inventado por Emile Berliner. Portanto, se Vossas Excelências pudessem parar de professar verborreias contra os que se querem tornar bem sucedidos, agradecia imenso. Poupariam stress em vossas vidas.

Cláudio Kiala

Porquê que algumas Mulheres preferem Homens "Ocupados/Comprometidos?"



Se tu és um ser heterotrófico do sexo masculino - em outras palavras, um homem - , independentemente das tuas características físicas, e já namoraste mais de uma vez, deves já ter tido a sensação natural de que quando estás sozinho, elas não te ligam, mas quando começas a namorar, começam os problemas porque elas de repente "descobrem" algo em ti, e correm atrás de ti. A que se deve isso? 


Dou-te duas razões:
a) Existem mulheres que têm a tendência natural de querer o que é do outro.


b) Mulheres gostam de homens que cuidam...Acho que o ponto A está explícito, então nos concentremos no ponto B. 


Se há 50 anos as mulheres iludiam-se com belas e apaixonadas palavras, hoje elas querem comprovar antes de "comprar". 


Infelizmente, alguns dos homens solteiros não oferecem tal confiança, então quando as mulheres encontram um homem que esteja comprometido, isso significa que alguém viu qualidades nele, significa que se assumiu quer dizer que "cuida", e se "cuida" quer dizer que ela gosta. Mulheres gostam de ser cuidadas por homens que ofereçam segurança/estabilidade (uns amorosamente/emocionalmente, outros finaceiramente, ou o que seja); Daí o favoritismo. Mulheres gostam de ser cuidadas; As mais "bandidinhas" querem cuidado (ainda que a curto prazo), as mais reservadas querem cuidado, as que dizem não querer, têm medo de sair da zona de conforto e serem descuidadas.Homens comprometidos são a prova de que se foram "escolhidos" por outrem, é porque há alguma qualidade por se explorar.Então nunca perguntaram: "Mas o quê que a fulana viu no fulano?"


OBS: O inverso - de homem para mulher - é perfeitamente possível, aplicável e existente.


Claudio Kiala

terça-feira, 17 de abril de 2012

“Americans and their (little/big) knowledge about Africa”


When I first arrived to United States, the question “How does Africa look like?” first sounded innocent and ingenuous, and then it started to sound offensive; Why? I will explain in the following paragraphs; however, it all made me ask myself for months and months the following: “Do all American people know enough about Africa? Do they really have to know about Africa?”
Before I start, I would say that United States of America is in my opinion the biggest multicultural country, where people from different races and ethnicities breath the same air, share the same opportunities and – in most of the cases –same rights. In my ingenuous mind, the previous statement used to mean that United States citizens were the ones that knew more – than superficial – about other cultures than any other citizens in the world, since they are inevitably meant to see about five different ethnicities on their way to school, work or mall, every single day. The dream of almost every African people is – I hope I am not wrong – visit America and live the so-appalled American Dream, which according to the historian James Truslow Adams, is “That dream of a land in which life should be better and richer and fuller for every man, with opportunity for each according to his ability or achievement.”
Before I totally go off-topic,  I hope people do not get me wrong when I say that I used to think that “United States citizens were the ones that knew more – than superficial – about other cultures than any other citizens in the world”; I am not asking for people to know from heart that Africa has 11,608,000 sq. miles, because even I had to google it. The point in my analysis – and maybe in your minds now as well – is whether American citizens should know or not about Africa, and if yes, what exactly they should know. I like to share this story that takes place in Atlanta – Georgia, where I attended an intensive english program, in order to study in United States. As soon as I arrived on the main campus, feeling a little bit lost with all my luggages, a guy came over next to me and introduced himself to me. “I have just made a new friend” that was my first thought. He seemed very interested in knowing about my cultural  background, and so then he asked me How does Africa look like?. My ingenuous answer was that Africa was just like any other continent, with some poor countries and other well developed countries as well – but that just seemed not to answer his question, then he kept asking. The next question was: “What type of clothes do you wear in Africa?”. I started not to like the path the conversation was taking, but I remained polite and replied that we use the same types of clothes Americans use, but we also have traditional clothes; Then the third question was: Do you use cellphones in Africa?. My first psychological reaction was: dude, first of all, don’t be talking about Africa like if it was a country, or a community. We have 52 distinct countries over there. You can’t just generalize it. I had totake a deep breath to answer that question because it started to sound offensive. I replied that we have cellphones and also told him that “Africa” is in the 21st century just like United States – yes, I really emphasized Africa in my speech, believe me. The last question killed me completely, leaving me nostalgic. I even thought that it was some kind of game to test my patience. The question was: “How are your burgers in Africa? I mean, the meat… Do you eat Lion Burgers in Africa?” My first reaction was “dude, shut up!” but I remained quiet and laughed instead, explaining that we even have Mcdonalds in “AFRICA” – emphasizing the name of the continent again. That conversation made me nostalgic, and from there on I figured that a lot of American people do not know about Africa. The question would be: “why would people actually care?” I cannot answer this question precisely, because first I would have to know why in the world I could fail a History course in my country just because I did not know about the French Revolution or the name of the man who discovered America – in the 7th grade.
It then became a personal matter to know why a big number of American citizens had so little information about Africa. I decided to know what was the source of the little information they had, and that drove me to conduct a survey that took place in Barry University’s campus. One of the questions of the survey asked the participants how well did they think they knew Africa and the final result was negative. People confirmed that they knew almost nothing about Africa – only the most recent famous worlwide case: Kony. The following question – with multiple choice option – asked the participants of the survey about what was the source of the information they know about Africa, leaving the following options: TV and Newspapers, Internet, Journals, and Academic Teaching. Internet was the number one choice, followed by TVs and Journals, leaving academic teaching in last.
I confess that I used to think that I was facing a case of voluntary ignorance of the topic by the American citizens, and then during my research I changed my mind. American citizens cannot be blamed for not knowing – more than what they know – about Africa. It seems to me that is a situation that should be solved by the educational system. My guess is that I would not know either about the French Revolution or about Plato’s texts if it was not for the school to introduce it to my life, and let me choose if I would like it or just study for the tests. I would not log in to my computer, and instead of accessing my facebook and twitter accounts, would just go and research about something related to History, unless I was really passionate about that matter.
According to my research and survey, it seems to me that American educational system has failed in providing what would be considered the essential information about Africa to its citizens. Africa is part of the history, and will always be.

Credits to:

http://aaenvironment.blogspot.com/

Youngro Lee, To Dream Or Not To Dream, 16 Cornell Journal of Law and Public Policy 231, 232
Lewyn, Michael. "The Real Meaning Of The "American Dream"." Planetizen 23 04 2008: Planetizen. <http://planetizen.com>.
http://worldatlas.com

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Claudio Kiala - Experiencia Fotografica #1



Um video amador de um "amador amante de fotografia", Claudio Kiala, escritor e Rapper.
Para seguir Claudio Kiala no twitter - @cfkappa
A qualidade de maior parte das fotos foi reduzida durante o rendering do video
Espero que gostem. Partilhem com os kambas e bora fazer videos amadores de experiencias amadoras. :D Quem sabe criemos o "Clube dos amadores amantes de Fotografia" :D Deixem a imaginacao fluiir

Music used without authorization. All Credits to "Madcon - Beggin", and "Maroon 5 - Move Like Jagger (Ft. Christina Aguilera).
Music not used for comercial purposes

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

120 segundos de Leitura: "Uma história de uma heroína"

Era uma vez, há 58 anos atrás nasceu uma menina, algures em Angola, cheia de vida e encheu os seus pais de alegria. Durante a sua mocidade, a menina ganhou uma personalidade forte, determinada e cheia de atitude, que lhe serviram muito quando teve de emigrar para alguns lugares por causa das guerras que assolavam o seu país. 

Algures na sua mocidade, ela conheceu um jovem formoso, inteligente, determinado e julgo ter sido um bocado tímido na altura. Os dois jovens apaixonaram-se, criaram um relacionamento puro, embora o jovem tenha sido algumas vezes intimidado pelo irmão ciumento da jovem durante muito tempo. Num certo dia, o rapaz recebe uma oportunidade irrecusável de estudar fora do país para a sua formação Universitária e para isso teria de se afastar fisicamente da sua amada. Como o amor era mais forte, ele a pediu em casamento, ficaram noivos e ele partiu rumo à sua formação noutro país enquanto ela continuava no seu país. Foram pelo menos cinco anos de distância, trocando cartas que até hoje ainda existem, com palavras carinhosas, com letras de músicas traduzidas de Jim Reeves e outros, com palavras doces de preocupação, ansiedade e saudade. As cartas levavam muito tempo para chegar, sem contar que umas nem chegavam. Após ter terminado a sua formação, o jovem voltou ao seu país e encontrou a sua amada, esperando por si. Os dois jovens se casaram, e tiveram um filho um ano depois. Chamaram-lhe Helder. Jovem forte, com aspirações fortes, nascido para liderar - o primogenito. Após quatro anos, decidiram que Helder não devia estar sozinho, então a jovem deu a luz à uma menina, e chamaram-lhe Lizeth. A família cresceu sempre mais e mais, completando-se com a chegada de AvelinoNeusaCláudio e Esdras

Diante algumas dificuldades que o casal teve de enfrentar durante os anos mais remotos, devido a situação pouco estável do país, eles sobreviveram, e a jovem, agora uma mulher, soube perfeitamente ensinar os mais importantes valores aos seus filhos. Rigorosa às vezes, mas sempre cheia de amor. Cuidadosa, carinhosa, uma mestre, um anjo. Uma mãe não só para os filhos, mas também para muita gente que conviveu consigo, até porque, teve de cuidar de algumas das suas irmãs mesmo ainda muito jovem. Mulher prendada, que vem fazendo uma história de heroína até o dia de hoje, num casamento de 35 anos de existência.

Pode parecer um conto de fadas, mas é a realidade mais pura. Essa mulher existe e eu tenho o privilégio de a chamar de MÃE.

Neste dia 3 de Fevereiro, a bonitona que me gerou, a Senhorita Luzolo Ameriança, completa 58 anos de vida.
Estou tão orgulhoso de ti. Obrigado por nunca deixares que nos faltasse algo, obrigado por junto com o papá teres nos ensinado grandes valores, nos tornado homens e mulheres fortes que não sentam e esperam que a sorte bata a porta. Obrigado por nos ensinares a amar a Deus.
Estou orgulhoso de ti, e me sinto privilegiado de escrever a tua história, que ainda está longe de terminar. Teu filho escritor hoje escreve a tua história, mamã. :)
Eu te amo, de verdade. Feliz Aniversário.

Cláudio Kiala

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Leila Lopes vs. Carnaval do Brasil = 50mil USD??? [O Outro Lado da Moeda]



Rola por aí a conversa de que "Leila Lopes pediu 50 mil Dólares para desfilar no Brasil", após um convite de uma escola de Samba (o qual Martinho da Vila é um dos ícones) que irá homenagear Angola. Eu vou dar o meu parecer MESMO SEM NINGUÉM TER PEDIDO, afinal, ando com tempo demais para esses assuntos.

Acho que o site da Globo ridicularizou a jovem porque eu me lembro de ter visto no titulo que "Miss Universo pede 50 mil para desfilar", e no corpo da notícia eles diziam que foi a AGÊNCIA DO COMITÉ MISS UNIVERSO que agencia a Miss (Lopes L.) que deu essa resposta.


É importante perceber que com o actual título, eles vao ter sim influencia sobre ela (e têm o direito) uma vez que Miss Universo não é nenhuma causa filantrópica, mas sim um "negócio". É como um clube de futebol, é como qualquer outra instituição empresarial que dita o "preço/valor" dos seus funcionários. 


Creio que ninguém sabe o tipo de contracto que a jovem tem com o comité, principalmente no que o Comité estipula em termos de exclusividade durante o reinado de determinada Miss Universo.
Qualquer imagem negativa que possa vir a surgir da Leila Lopes durante o carnaval, irá reflectir sobre a credibilidade do Comité Miss Universo, então acho justo que uma empresa séria estabeleça certos parâmetros quanto a visibilidade dos seus ícones.


Acho que há muito mais que não sabemos que não nos dá o direito de atirar pedras à Leila Lopes, logo nós que há bem pouco tempo nos gabamos cheios de estilo que ela era a TAL, fizemos posters das suas imagens nos nossos murais e coisas assim. É muito fácil entrar para o barco da emoção, e pular do mesmo xingando o remador quando surge a primeira turbulência. 

Não estou a pedir também para proferirmos atrocidades contra os brasileiros, mas que prestemos a atenção detalhada sobre a informação que nos é transmitida e levada a acreditar.

Claudio Kiala

domingo, 29 de janeiro de 2012

Rappers - A "Raça" Musical mais Mesquinha


Se conseguiu chegar até a primeira frase sem julgar o título pelo conteúdo, ou me xingar antes mesmo de ler, então receba os meus sinceros cumprimentos. Você é um óptimo leitor e humano. Tem se dito por aí para não julgar o livro pela capa, então é isso aí, agradeço por ter seguido esse conselho, e prometo que explico o meu ponto de vista nos parágrafos que se seguem.
O Hip Hop (movimento onde encontramos o RAP inserido) sempre foi caracterizado por ser um estilo de intervenção, onde os artistas várias vezes exprimem o seu descontentamento perante uma variedade de coisas (sejam elas mais globais que afectam a humanidade, ou tão pessoal que afecte a si), e também exprimem alegrias. Sempre foi comum ver "rappers" em disputa verbal com outros "colegas de profissão", sendo umas mais violentas que outras, mas sempre existiu, e falando num contexto mais angolano, vimos casos como Kalibrados vs. Mc MorteArmy Squad vs. KalibradosIkonoklasta vs. RaftagMCK vs. SSPDji Tafinha vs. Kid MC, e enfim, só para mencionar alguns. Não importa há quanto tempo você ouve Hip Hop angolano, mas se o faz há no mínimo 1 ano, já deve ter pelo menos ouvir falar de algum deles. O que quero com isso dizer é que hoje em dia, os fazedores de Hip Hop têm saído dos factores "normais" que os levam a ter um impacto verbal entre si, para procurar vivamente por alguma coisa para ter "beef". Descodificando ainda mais o que pretendo dizer é que ultimamente os rappers têm se importado com coisas demais que não têm nada a ver consigo, só para ter o que falar nas músicas (se calhar), ou para ter uns pares de aplausos a mais. Cada vez mais os rappers têm assumido uma posição de protecção talvez quase patriótica, mas doentia para com o Hip Hop; Sendo assim, os tais defensores agem como aqueles pais que querem saber de tudo sobre o filho, com quem vai sair, porquê, privar disso e aquilo, e exagerar às vezes. Existem imensos factores com que os rappers deviam se preocupar menos (só para não dizer NÃO METER O BEDELHO MESMO) pois são coisas que não os afectam directamente, portanto não há motivos para se stressarem e fazer isso tema de música. Já foi novidade (e até engraçado) quando as primeiras pessoas cantaram sobre o fulano que mudou do Hip Hop para o Kuduro/Semba, do sicrano que vestiu calças que o apertam, do beltrano que fez ou deixou de fazer. As perguntas que eu faço são:
a) O facto de um artista mudar o estilo afecta directamente a vossa carreira? Na minha opinião só deve afectar no sentido de te proporcionar assunto para escrever.
b) Será que vale a pena te esperneares porque um artista mudou de ideais e agora é o que ele sempre criticou? Que impacto tem isso sobre ti?
c) Alguém o pediu opinião sobre o erro que alguém cometeu? Não acha que é um assunto que essa pessoa deve tratar com Deus e a sua consciência sem intermediários que nada têm a ver com o assunto?
Pois é, infelizmente temos nos tornado cada vez mais "mesquinhos", criticando assuntos cada vez menos relevantes, colocando os nossos dedos em assuntos que não nos afectam directamente nem mudam a nossa vida, e levando esses assuntos em músicas, quando podíamos muito bem ligar para o artista em questão e dizer: "Olá, tudo bom, não gostei das t-shirts que tens vestido ultimamente. Obrigado". Claro que para um bom entendedor, saberá que esse exemplo de frase foi propositado para fazer a menção sobre o que devíamos guardar só para nós e acabamos por desperdiçar 8 linhas a falar sobre. Acho que como rappers, devíamos nos preocupar com coisas mais relevantes, e se for irrelevante (uma vez que o Hip Hop é liberdade de expressão), que não precise ser um Bullying constante contra os outros fazedores de música.
Já inúmeras vezes presenciei discussões estilo Cristiano Ronaldo vs. Messi sobre o artista X, Y, Z que agora é chamado "falso" porque resolveu trocar de estilo musical. Acho que é das discussões mais populares nos dias de hoje, no mundo do Hip Hop angolano. Rappers são os únicos praticantes de música que simplesmente se sentem atordoados quando "um dos seus" pratica outros estilos musicais. Começa o alvoroço interminável. Aqui surge a pergunta: Será que é assim tão importante manter uma única identidade musical/artística?

E para o caso de Leonardo Da Vinci que tinha 1500 ofícios em vários ramos da arte? Deveríamos o ridicularizar também? Artistas "normais" de outros estilos costumam dar força ou se manter calados quando algo do género acontece.

Bruno M ficou kudurista. Houve algum beef do tipo: "Volta lá para o teu rap?". Puto Português canta Semba. Houveram beefs do tipo: "Abandonaste o Kuduro. Decida-te. És um falso" mas nós (rappers) somos os mais preocupados do mundo, que nos magoamos profundamente quando alguém varia as suas tendências musicais. Mais uma vez a pergunta: Será que é mesmo importante assumir um único estilo musical? No final do dia, quem vai enfrentar a vergonha de uma má escolha por mudar de estilo ou a glória pelo mesmo motivo não é o artista em questão? Ou somos nós?

Então, mais uma vez o meu apelo para nos preocuparmos apenas com o que é relevante e deixar as pessoas fazerem o que bem entenderem. Se fosse uma questão de preservar a "essência", não estaríamos a cantar em instrumentais Dirty South mas sim aqueles a estiloMC Hammer, Afrika Bambaata e Vanilla Ice.
Mais trabalho, menos fofoca.

Cfkappa